O que é a neuralgia do trigêmeo, doença que fez a jovem mineira optar por uma sedação profunda

A neuralgia do trigêmeo, conhecida como ‘a pior dor do mundo’, impacta significativamente a qualidade de vida dos afetados.

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A neuralgia do trigêmeo, conhecida como “a pior dor do mundo”, é um distúrbio crônico que afeta o nervo responsável pela sensibilidade facial e por funções como mastigar e morder. Os pacientes sofrem crises súbitas de dor intensa, descrita como choques ou pontadas, que podem interromper atividades simples como falar, comer ou sorrir. O impacto na qualidade de vida é significativo, tornando tarefas cotidianas um desafio constante.

Na maioria dos casos, a dor atinge apenas um lado do rosto e pode ser desencadeada por estímulos mínimos, como vento frio, toque leve ou escovação dos dentes. As crises duram segundos ou minutos, mas sua intensidade leva muitos a interromper imediatamente qualquer atividade. Em casos raros, a dor pode atingir os dois lados do rosto, agravando o sofrimento.

Impacto e desafios no tratamento

A imprevisibilidade das crises leva a isolamento social, dificuldades profissionais e problemas emocionais. Alguns pacientes enfrentam dores diárias, enquanto outros têm períodos de remissão antes do retorno dos sintomas. Recentemente, o caso de uma jovem mineira ganhou destaque ao recorrer a uma vaquinha para custear um procedimento de eutanásia, após anos de dor sem resposta a tratamentos. 

Carolina Arruda, 28 anos, moradora de Bambuí, MG, enfrenta a doença há décadas e agora se prepara para um procedimento extremo. Em poucos dias, ela será colocada em sedação profunda para receber doses de cetamina, substância que, segundo especialistas, pode “resetar” a atividade cerebral.

O objetivo é tentar fazer com que seu organismo volte a responder aos medicamentos, já que, mesmo após seis cirurgias, nenhum tratamento trouxe alívio duradouro. A intervenção é considerada paliativa e representa mais uma esperança na luta diária contra uma dor constante e debilitante.

Possíveis causas e abordagens

As causas ainda não são totalmente compreendidas. Em alguns casos, a dor está ligada à compressão do nervo por vasos sanguíneos, tumores ou doenças como esclerose múltipla. Em outros, não há origem definida, mas acredita-se que danos à mielina do nervo estejam envolvidos.

O tratamento busca aliviar a dor, já que não há cura definitiva. Medicamentos anticonvulsivantes costumam ser a primeira opção. Quando não funcionam, procedimentos cirúrgicos podem ser indicados para descompressão do nervo ou redução da sensibilidade facial. A escolha da abordagem deve ser feita com acompanhamento especializado, considerando as particularidades de cada paciente.