Relatórios da Polícia Federal e do Coaf, obtidos pelo portal G1, mostram que o ex-presidente Jair Bolsonaro movimentou mais de R$ 30 milhões entre março de 2023 e fevereiro de 2024. Neste período, ele recebeu cerca de R$ 30,57 milhões e retirou aproximadamente R$ 30,59 milhões de suas contas.
Os dados indicam que grande parte das entradas de dinheiro veio do Partido Liberal (PL), totalizando R$ 291 mil. Por outro lado, os saques foram direcionados a diversas despesas, como pagamentos a escritórios de advocacia, empresas de engenharia e arquitetura, uma loja de veículos, além de transferências para sua esposa, Michelle Bolsonaro, e seu filho, Jair Renan.
Contas de consumo, como água, energia e telefone, e pagamentos de impostos também foram identificados entre as movimentações. A PF suspeita que essas transações possam estar ligadas a crimes como lavagem de dinheiro, mas o ex-presidente ainda não se pronunciou sobre as acusações.
Por que essas movimentações podem levantar suspeitas?
Um relatório divulgado recentemente pelo G1 revelou o fluxo financeiro nas contas de Jair Bolsonaro entre fevereiro de 2024 e junho de 2025. O documento aponta que, no período de fevereiro a agosto de 2024, Bolsonaro recebeu R$ 1,7 milhão e gastou R$ 1,3 milhão, com parte dos valores direcionada a advogados e filhos.
Nos meses seguintes, de agosto a dezembro de 2024, as entradas somaram R$ 872 mil, enquanto as saídas totalizaram R$ 1,2 milhão. O relatório indica um aumento significativo nas transações entre dezembro de 2024 e junho de 2025, com entradas e saídas na casa dos R$ 11 milhões. Desse total, R$ 2,1 milhões foram transferidos para Eduardo Bolsonaro e R$ 2 milhões para Michelle Bolsonaro e um advogado.
Desdobramentos da investigação
Nesta quarta-feira, a Polícia Federal (PF) indiciou Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro pelos crimes de coação a autoridades e tentativa de abolição do Estado democrático de direito. O caso continua sob investigação, e os indiciamentos podem resultar em importantes consequências jurídicas.
