Esse é o motivo crucial que pode livrar Bolsonaro de cumprir pena atrás das grades

PGR tem até segunda-feira (25) para se manifestar sobre medidas cautelares de Bolsonaro.

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) tem prazo até a próxima segunda-feira (25) para se posicionar sobre os esclarecimentos fornecidos pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro a respeito do descumprimento de medidas cautelares.

Essa análise poderá resultar em alterações no regime de restrições atualmente imposto ao ex-presidente.  Bolsonaro está em prisão domiciliar, com permissão para sair de casa apenas em circunstâncias excepcionais autorizadas pela Justiça.

Segundo Gustavo Sampaio, professor de Direito Constitucional da Universidade Federal Fluminense (UFF), em entrevista à CNN Brasil, a única medida mais restritiva que a atual situação de Bolsonaro seria a prisão em estabelecimento prisional. Após a manifestação da PGR, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá se mantém as atuais medidas cautelares ou determina o recolhimento a um estabelecimento prisional.

Saúde como fator determinante

Sampaio ressalta que, mesmo em caso de eventual prisão preventiva, a condição de saúde de Bolsonaro deve ser levada em consideração na decisão. A manifestação da PGR pode sugerir a prisão preventiva se for constatado descumprimento das medidas cautelares, principalmente em relação a possíveis contatos com aliados políticos, o que era expressamente proibido.

Independentemente da posição da PGR, a decisão final caberá à Primeira Turma do STF.  Sampaio cita como precedente o caso do ex-presidente Fernando Collor de Melo, que, após condenação e breve período em estabelecimento prisional, passou a cumprir pena em regime domiciliar devido a questões de saúde e idade.

Cenários e precedentes judiciais

A análise da PGR pode culminar em diferentes cenários, desde a manutenção das medidas atuais até a prisão preventiva. A defesa de Bolsonaro argumenta que ele tem cumprido as restrições impostas. A situação atual impede o ex-presidente de se comunicar com outros investigados, usar redes sociais e conceder entrevistas.

O professor destaca que a possível comunicação com aliados políticos é um ponto crucial a ser avaliado pela PGR. “A manifestação da PGR poderá sugerir a prisão preventiva caso seja constatado que houve descumprimento das medidas cautelares, especialmente no que se refere a possíveis comunicações com aliados políticos, algo que estava expressamente proibido”, explica. A decisão final do STF, no entanto,  considerará todos os aspectos do caso, incluindo a saúde do ex-presidente e os precedentes judiciais existentes.