O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou abertamente a conduta do governo norte-americano nas negociações comerciais com o Brasil. Em entrevista ao Canal Livre, da Band, que vai ao ar neste domingo (31), Haddad revelou que uma reunião previamente marcada com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, foi cancelada por “falta de agenda”, mas, em seguida, ele recebeu o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). “Depois do cancelamento, alegadamente por falta de agenda, ele recebeu o Eduardo Bolsonaro”, afirmou o ministro, questionando a real disposição dos EUA para resolver a crise tarifária.
A declaração surge poucos dias após o Brasil acionar oficialmente a Lei da Reciprocidade Econômica, em resposta ao tarifaço aplicado pelos EUA a produtos brasileiros. O governo Lula já notificou Washington sobre a medida, que permite retaliações dentro de um prazo de até 210 dias. Haddad argumenta que gestos como esse indicam falta de seriedade por parte da Casa Branca.
Brasil mantém preferência por negociação direta
Apesar da retaliação formal em curso, interlocutores próximos ao Palácio do Planalto garantem que o objetivo segue sendo um entendimento direto com a administração de Donald Trump. O clima, no entanto, tem se deteriorado diante do tratamento político diferenciado recebido por aliados conservadores.
Durante a mesma entrevista, Haddad também reiterou o apoio à proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, destacando que a medida será “fiscalmente neutra”. Entretanto, a intenção é aumentar os impostos de 141 mil milionários que não pagam Imposto de Renda.
Haddad comentou sobre Correios
Haddad ainda comentou sobre o desempenho das estatais e apontou os Correios como o maior desafio. Segundo ele, a empresa pública sofre desvantagem competitiva frente a concorrentes do setor privado. Em relação a isso, ele disse que os concorrentes da estatal não têm obrigação de entregar cartas.
