Às vésperas do início do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), a maior parte dos réus do chamado núcleo crucial da trama golpista já sinalizou que não comparecerá presencialmente às sessões. Representados por seus advogados, eles devem acompanhar a análise pela televisão, evitando a exposição direta durante o processo que pode definir absolvições ou condenações.
O caso ganha ainda mais destaque pela indefinição em torno de Jair Bolsonaro (PL). Em prisão domiciliar por descumprir medidas impostas pelo STF, como a proibição de uso das redes sociais, o ex-presidente só poderia ir ao tribunal com autorização do ministro Alexandre de Moraes. Segundo advogados, a recomendação é de que ele não compareça, embora aliados defendam que sua presença seria um gesto político de força.
Quem deve comparecer e quem ficará de fora
Entre os principais acusados, apenas o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, pode assistir presencialmente a alguma sessão. Já nomes como Mauro Cid, Almir Garnier, Anderson Torres e Augusto Heleno não devem aparecer no STF, atendendo à orientação das defesas. Braga Netto, preso no Rio de Janeiro, acompanhará pela TV. Sobre o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ainda não há definição.
O julgamento está previsto para começar nesta terça-feira (2) e deve se estender até 12 de setembro, com cinco dias de trabalhos e oito sessões reservadas pela Primeira Turma do Supremo. A expectativa é de debates intensos diante do peso político do caso e do número de réus envolvidos.
O que está em jogo no STF
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa os oito integrantes do núcleo de terem liderado uma organização criminosa com objetivo de manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022. Todos negam participação em tentativa de golpe e pedem a rejeição das denúncias, alegando falta de provas. O resultado do julgamento pode redefinir o futuro político de Bolsonaro e de seus aliados mais próximos.
