Trump anuncia destruição de barco venezuelano e dispara alerta militar no Caribe

Investida dos EUA contra narcotráfico reacende tensão com Maduro e divide América Latina.

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Os Estados Unidos intensificaram sua presença militar no Caribe após o presidente Donald Trump afirmar que forças norte-americanas destruíram uma embarcação carregada de drogas vinda da Venezuela. “Há poucos minutos, literalmente, destruímos um barco, um barco carregado de drogas, muitas drogas naquele barco. Eles saíram da Venezuela — e estão saindo em grande quantidade da Venezuela”, declarou Trump no Salão Oval. A Casa Branca e o Pentágono não detalharam a operação.

Logo após a fala, o senador Marco Rubio reforçou o anúncio, afirmando nas redes sociais que o ataque “letal” atingiu uma embarcação no sul do Caribe “operada por uma organização narcoterrorista designada”. O movimento provocou reação nos mercados: títulos em dólar da Venezuela em default subiram para o maior nível desde 2019.

Escalada militar e tensão regional

O reforço dos EUA inclui o envio de mais de 4.000 militares, o Grupo de Prontidão Anfíbia Iwo Jima e a 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais, considerados de perfil ofensivo, além dos tradicionais cortes da Guarda Costeira. Washington acusa o regime de Nicolás Maduro e o chamado Cartel de los Soles de controlar rotas de drogas. Em resposta, Caracas mobilizou tropas para áreas estratégicas e denunciou “planos de agressão”.

A iniciativa norte-americana, a maior na região desde a invasão do Panamá em 1989, dividiu a América Latina. Enquanto líderes como Lula (Brasil) e Petro (Colômbia) criticaram a operação, Guiana e Trinidad e Tobago apoiaram a ofensiva. China, Rússia e Irã condenaram o movimento, chamando-o de interferência estrangeira.

Maduro reage e acusa Washington

Maduro respondeu acusando Rubio e Trump de “tentar levar os EUA a um massacre”, afirmando que mesmo com 10 mil mísseis sobre as cabeças, os venezuelanos serão respeitados. Trump, por sua vez, já havia classificado Maduro como “terrorista” e ofereceu recompensa de US$ 50 milhões por sua captura.