Apesar de convidados, Alexandre de Moraes e ministros do STF não comparecem em desfile de 7 de setembro

Ausência inédita de ministros ocorre em meio a críticas a Donald Trump e à crise política envolvendo o ex-presidente brasileiro.

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Convidados oficialmente, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram não comparecer ao desfile de 7 de Setembro, realizado neste domingo (7) na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O evento, marcado por recados ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao norte-americano Donald Trump, acontece justamente enquanto a Primeira Turma da Corte julga Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

Entre aliados do governo, a ausência foi interpretada como uma decisão estratégica para evitar novos atritos institucionais. Desde que Bolsonaro passou a ser investigado, a relação entre o STF e o bolsonarismo se tornou um dos pontos mais tensos da política nacional. O processo em curso pode resultar em condenação do ex-presidente, que cumpre prisão domiciliar desde agosto, ampliando o clima de animosidade.

Ausência com mensagem política

A ausência coletiva dos magistrados em um evento cívico de grande visibilidade é vista como um gesto de independência em relação ao Planalto. Apesar disso, o governo reforçou os convites e contou com a presença de ministros de Estado, lideranças militares e representantes do Legislativo, como o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Nos anos anteriores, ministros compareceram de forma esporádica. Em 2024, por exemplo, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin estiveram no palanque oficial. Desta vez, porém, a decisão unânime de não participar reforçou a leitura de que o STF preferiu discrição em um momento de forte exposição política.

Soberania e recados no desfile

O desfile de 2025 foi usado como palco de celebração cívica e, ao mesmo tempo, de mensagens políticas. O mote “Brasil Soberano” serviu como resposta ao tarifaço de Donald Trump e aos desdobramentos do julgamento de Bolsonaro no STF, que segue como o principal foco de tensão entre Judiciário, Executivo e oposição.