Carlo Acutis marcou a história da Igreja Católica ao trilhar um caminho diferente rumo à santidade. Apaixonado por tecnologia e evangelizador no mundo digital, o jovem faleceu em 2006, aos 15 anos, vítima de leucemia fulminante. Sua vida breve, mas intensa, foi transformada em inspiração global e culminou em sua canonização em 7 de setembro de 2025, na Praça de São Pedro.
O primeiro milagre atribuído a Carlo ocorreu em 2013, no Brasil. Matheus Lins Vianna, então com seis anos, sofria de pâncreas anular, uma rara doença congênita. Ao tocar em uma relíquia do jovem italiano, pediu apenas: “Quero parar de vomitar”. Na mesma noite voltou a se alimentar normalmente e, após exames, descobriu-se que o órgão defeituoso havia desaparecido. Em 2020, o Vaticano reconheceu oficialmente o fato como inexplicável pela medicina, abrindo o caminho para sua beatificação.
O segundo milagre que abriu caminho para a canonização
Já a canonização foi confirmada graças ao caso de Valéria Valverde, da Costa Rica. Em 2022, após um acidente de bicicleta em Florença, ela sofreu traumatismo craniano e entrou em coma. Sua mãe foi até o túmulo de Carlo, em Assis, e deixou um bilhete em oração. No mesmo dia, Valéria começou a respirar sozinha e, dias depois, recuperou-se sem sequelas. O reconhecimento do milagre pela Santa Sé aconteceu em 2024.
Carlo Acutis tornou-se símbolo da juventude católica moderna, mostrando que a fé pode ser vivida também através da internet. Conhecido como “padroeiro da internet”, ele utilizava a tecnologia para divulgar a Eucaristia e evangelizar com autenticidade, atraindo jovens do mundo todo.
Um santo para os tempos digitais
Sua canonização, conduzida pelo Papa Leão XIV, após a morte de Francisco, foi celebrada por multidões no Vaticano. Carlo Acutis representa uma ruptura no imaginário tradicional da santidade: em vez de mosteiros ou missões distantes, ele encontrou sua vocação na evangelização digital.