A Advocacia do Senado protocolou na última quinta-feira (4) um pedido de prisão preventiva contra o ex-ministro Ciro Gomes (PDT). Ele é acusado de violência política de gênero contra a ex-senadora e atual prefeita de Crateús (CE), Janaína Farias (PT). A solicitação ocorre no âmbito de uma ação penal eleitoral movida pelo Ministério Público Eleitoral.
O caso começou em abril de 2023, quando Janaína assumiu temporariamente a vaga do ministro da Educação, Camilo Santana, no Senado. Na época, Ciro chamou a petista de “assessora para assuntos de cama do Camilo Santana para o Senado da República” . Além dessa ofensa, ele também chamou Janaína de “cortesã”.
Novas ofensas reacendem polêmica
Mais de um ano depois, Ciro voltou a citar Janaína em entrevistas. Em agosto, afirmou que a prefeita “recrutava moças pobres e de boa aparência para fazer o serviço sexual sujo do senhor Camilo Santana”. Para a Advocacia do Senado, a reincidência e a influência política do ex-ministro representam risco à integridade da gestora. Caso a prisão não seja decretada, o órgão sugere medidas alternativas, como manter distância mínima de 500 metros e proibir novas manifestações ofensivas.
Janaína Farias comentou o episódio durante o Congresso Estadual do PT, no último sábado (6). Ela classificou Ciro como um destemperado e covarde e que esse é o seu jeito de ser quando quer atacar as pessoas.
Defesa de Ciro rebate acusações
O advogado Walber Agra, que representa o ex-ministro, classificou a medida como uma tentativa de criminalizar um discurso, que em sua visão, foi apenas político. Ele também afirmou que as falas de Ciro não configuram violência de gênero.