O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não deve comparecer às sessões do Supremo Tribunal Federal (STF) em que responde por tentativa de golpe de Estado. Segundo seu advogado, Paulo Cunha Bueno, a ausência atende a uma recomendação médica.
Bueno afirmou que acredita na absolvição do ex-presidente caso os ministros analisem o processo “estritamente sob critérios jurídicos”, sem pressões externas. Ele também adiantou que um eventual pedido para manter Bolsonaro em prisão domiciliar só será apresentado após a conclusão do julgamento, previsto para esta semana.
Defesa contesta provas e delação de Mauro Cid
A estratégia dos advogados tem se concentrado em duas linhas: apontar a suposta fragilidade das provas que ligam Bolsonaro ao caso e tentar desqualificar a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens. Além disso, a defesa reclama do chamado document dumping — a entrega de milhares de páginas de provas às vésperas das audiências, o que, segundo eles, teria limitado o direito de defesa.
Atualmente, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar determinada em fevereiro pelo ministro Alexandre de Moraes. A medida foi adotada diante do risco de interferência nas investigações sobre a trama golpista.
Crimes atribuídos a Bolsonaro
O ex-presidente é acusado de cinco crimes, incluindo golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O desfecho do julgamento no STF, que deve ocorrer entre quinta e sexta-feira, pode definir se Bolsonaro continuará em prisão domiciliar ou se enfrentará novas medidas mais duras.
