O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso da suposta trama golpista, declarou nesta terça-feira (9) que o Brasil esteve próximo de “repetir uma ditadura que durou 20 anos” devido às tentativas de Jair Bolsonaro e aliados de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2023.
Segundo o magistrado, a recusa do ex-presidente em aceitar o resultado eleitoral se manifestou em uma série de “atos executórios violentíssimos”, caracterizando crimes de tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Planos de assassinatos
Moraes ressaltou que os autos do processo apresentam “excesso de provas” e criticou como “má-fé” a ação do PL no TSE que solicitava a anulação de 48% das urnas do segundo turno, justamente as em que Lula foi vencedor. O relator citou ainda monitoramentos de autoridades, incluindo ele próprio e o presidente eleito, realizados após a eleição.
No trecho mais contundente de seu voto, Moraes afirmou que investigações comprovaram um plano para assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio ministro, então presidente do TSE, chamado Punhal Verde e Amarelo e Operação Copa 2022.
Walter Braga Netto transmitia mensagens a apoiadores
Além disso, Moraes citou que o general Walter Braga Netto mantinha contato direto com acampamentos de apoiadores em frente a quartéis, onde circulavam mensagens sobre “algo que estava para acontecer”. Segundo o ministro, tais movimentos eram financiados e organizados para pressionar contra a posse de Lula e Alckmin, culminando nos ataques de 8 de janeiro.
