A segunda semana do julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) começou nesta terça-feira (9), com o ex-presidente e outros sete acusados de tentativa de golpe de Estado. O processo é visto como um divisor de águas e pode impactar diretamente a corrida presidencial de 2026.
Entre os réus estão nomes de peso do antigo governo. Todos fazem parte do chamado núcleo crucial da trama. Em defesa, todos negaram participação no plano.
Condenação e possíveis recursos
Se condenados, os acusados poderão recorrer por meio de embargos de declaração, usados para esclarecer pontos da decisão, mas sem poder de alterar o resultado. Existe ainda a chance de embargos infringentes, que levariam a discussão ao plenário do STF. Esse recurso, porém, só é válido se houver pelo menos dois votos pela absolvição, hipótese considerada improvável até por aliados de Bolsonaro.
O ponto central do julgamento é a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta um complô para anular o resultado das eleições e manter Bolsonaro no poder. A ofensiva só não teria avançado porque os comandantes do Exército e da Aeronáutica recusaram mobilizar tropas. O processo também é histórico para as Forças Armadas, pois pode levar à primeira condenação de militares por ataque à democracia.
Política em clima de 2026
Os atos de 8 de janeiro e o julgamento no STF já alimentam o embate entre governo e oposição. Lula tem usado o tema em seus discursos, mirando não apenas Bolsonaro, mas também o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apontado como aposta do Centrão para 2026.