O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o ex-presidente Jair Bolsonaro a deixar a prisão domiciliar neste domingo (15) para realizar uma cirurgia. O deslocamento será feito com escolta policial, seguindo as determinações impostas desde que a medida restritiva foi decretada há pouco mais de um mês.
De acordo com o pedido, o procedimento médico é de “exérese e sutura de hemangioma, linfangioma ou nevus”, indicado para retirar lesões na pele. O relatório apresentado cita um nevo melanocítico no tronco e uma neoplasia de comportamento incerto, que pode ser benigna ou maligna. Moraes exigiu que Bolsonaro entregue ao STF, em até 48 horas após o atendimento, um atestado detalhando datas e horários. Além disso, reforçou que todos os veículos que saírem da residência do ex-presidente deverão ser vistoriados.
Saúde de Bolsonaro como argumento jurídico
O pedido para a nova saída ocorre apenas dois dias depois da conclusão do julgamento da chamada trama golpista, em que Bolsonaro é acusado de tentar um golpe de Estado. Em ocasiões anteriores, os advogados já haviam alegado problemas de saúde para justificar sua permanência em casa durante as sessões no Supremo.
No mês passado, ele passou por exames que apontaram esofagite, gastrite e vestígios de infecções pulmonares. Segundo apuração realizada junto ao advogado Paulo Amador Bueno, que cuida da defesa do ex-presidente, o estado de saúde é crítico. “Estive com ele, ele tem crises de soluço muito fortes, é até aflitivo”, afirmou.
Histórico de complicações após a facada
Segundo aliados, Bolsonaro voltou a apresentar crises de soluços e falta de ar nos dias que antecederam o julgamento. O quadro é atribuído a sequelas da cirurgia abdominal realizada em abril, relacionada à facada sofrida em 2018. Na ocasião, ele passou por 12 horas de operação para desobstruir o intestino, após internação emergencial no Rio Grande do Norte. Essa foi a sexta intervenção desde o atentado durante a campanha presidencial.
