Esse foi o efeito da condenação de Bolsonaro sobre a economia brasileira; dólar atinge novo patamar no mercado

Dólar atinge menor cotação em mais de um ano enquanto bolsa perde fôlego.

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O dólar comercial encerrou a sexta-feira (12) em queda de 0,71%, cotado a R$ 5,3535, menor nível desde junho. Já o Ibovespa caiu 0,61%, a 142.272 pontos, após investidores realizarem lucros depois das altas recentes. O movimento refletiu dados econômicos dos Estados Unidos, indicadores locais e incertezas políticas no cenário internacional.

Além dos indicadores econômicos, investidores monitoraram possíveis reações do governo americano à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. O presidente dos EUA, Donald Trump, classificou a decisão como “terrível” e disse estar “muito insatisfeito”.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, também se manifestou publicamente. Segundo reportagens, Rubio escreveu que os EUA “responderão de forma adequada a essa caça às bruxas“. Esses comentários foram interpretados pelo mercado como fonte de maior risco político e possíveis retaliações, o que pressionou segmentos sensíveis na bolsa.

Serviços em alta e atuação do BC

No campo doméstico, o IBGE apontou avanço de 0,3% no volume de serviços em julho, o sexto consecutivo, atingindo o maior nível da série. Três das cinco atividades pesquisadas cresceram, com destaque para informação e comunicação. O desempenho reforça a resiliência do setor diante dos juros elevados. O Banco Central, por sua vez, realizou leilões de dólar para rolagem de contratos, movimentando US$ 1 bilhão e reforçando sua presença no câmbio.

Reação nos mercados e balanço da semana

Em Wall Street, os índices fecharam mistos: a Nasdaq renovou recorde, enquanto Dow Jones e S&P 500 recuaram. No Brasil, apesar da queda do dia, o Ibovespa acumula alta de 0,60% no mês e 18,28% no ano. Já o dólar registra queda de 1,10% na semana e 13,37% no acumulado de 2024, confirmando a trajetória de valorização do real.

As próximas sessões devem seguir influenciadas por indicadores econômicos externos, decisões de política monetária e possíveis tensões políticas entre Brasil e EUA. Internamente, a expectativa está voltada à próxima reunião do Copom sobre a Selic e à continuidade da atuação do Banco Central no câmbio, fatores que podem ditar o rumo dos ativos locais.