O multi-instrumentista alagoano Hermeto Pascoal faleceu neste último sábado (13), aos 89 anos, no Hospital Samaritano Barra, na zona sudoeste do Rio de Janeiro. A causa da morte foi falência múltipla de órgãos. A informação foi confirmada em nota pela unidade de saúde e divulgada nas redes sociais do músico.
O comunicado informou que o artista faleceu cercado por familiares e amigos. Naquele momento, seu grupo musical estava no palco, conforme sua vontade.
Mesmo perto dos 90 anos, o artista mantinha uma agenda de shows e lançamentos. Ele tinha uma apresentação agendada para este fim de semana em Belo Horizonte. No entanto, o show com o grupo Nave Mãe no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas já havia sido cancelado na última terça-feira (9), por motivos de saúde.
Músico continuava produzindo, apesar da idade
Hermeto continuou ativo até o fim de sua vida. Em 2024, ele apresentou o álbum Para você, Iza, dedicado à sua primeira companheira, Ilza Souza Silva, falecida em 2000. Sua trajetória também foi revisitada na biografia Quebra tudo! A arte livre de Hermeto Pascoal, de Vitor Nuzzi.
O último show de Hermeto na cidade de Belo Horizonte foi em agosto de 2024, quando ele se apresentou com seu grupo na casa de shows A Autêntica, dentro da programação do Tabuleiro Jazz Festival. O artista seguia cheio de projetos, lançando novos álbuns e até protagonizando exposições de artes visuais.
Hermeto confessou que era autodidata
Em uma entrevista concedida ao jornal O Tempo, Hermeto Pascoal refletiu sobre sua maneira livre de criar. “Eu sou 100% intuitivo e autodidata. Tudo que eu faço vem do que estou sentindo no instante que estou criando. Por isso que eu digo que só Deus sabe o que vai acontecer em um show e mais ninguém, nem eu”, declarou.
O músico iniciou a carreira aos 14 anos e tocava desde jazz até samba e frevo. Ele deixou seis filhos, 13 netos e dez bisnetos, além de um legado que é considerado um dos mais ricos da história da música brasileira.