Frio extremo foi um dos principais fatores que causou explosão com 9 óbitos em fábrica no Paraná, diz laudo

Laudo apontou que a queda brusca de temperatura foi um dos principais fatores para a explosão; acidente causou 9 óbitos.

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Um laudo da Polícia Científica do Paraná apontou que a queda brusca de temperatura foi um dos principais fatores para a explosão na fábrica da Enaex Brasil, em Quatro Barras, no dia 12 de agosto. O relatório mostra que a detonação ocorreu dentro do reator que mistura pentolite, combinação de TNT e nitropenta que exige controle térmico rigoroso. Na manhã do acidente, os sensores marcaram 3 °C, e os peritos identificaram que o equipamento funcionava fora da faixa segura, o que favoreceu a solidificação do material.

Segundo o perito Jerry Cristian Gandin, o sistema de aquecimento não conseguiu impedir a rigidez do explosivo, e o atrito das pás pode ter gerado fagulhas que deram início à explosão. O laudo ainda destacou que a empresa possui alarme para altas temperaturas, mas não conta com travas automáticas para cenários de frio extremo. A Enaex afirmou que segue protocolos de segurança, enquanto a Polícia Civil avalia falhas técnicas e humanas. O Ministério Público e a Defensoria Pública acompanham o caso, representando famílias de vítimas.

Recomendações técnicas

Os peritos sugerem melhorias no aquecimento e no funcionamento do misturador para impedir a solidificação do pentolite. O documento reforça que a produção do composto exige estabilidade térmica constante. A explosão, registrada por câmeras da vizinhança, provocou estragos em casas, comércios e indústrias. Nove pessoas morreram e sete ficaram feridas, sendo necessária a identificação das vítimas por DNA devido à gravidade do impacto.

Responsabilidade e investigações

O Exército, responsável por fiscalizar a produção de explosivos, afirmou que analisará o caso e relembrou a obrigatoriedade de planos de segurança. O governo estadual confirmou que a Enaex possuía licenças em dia. A Polícia Civil segue investigando falhas operacionais e responsabilidades administrativas e criminais.

O inquérito permanece aberto e inclui novas diligências. As recomendações buscam evitar recorrências, com foco em automação do sistema e travas para baixas temperaturas. A Defensoria tenta acordo extrajudicial para duas famílias, enquanto demais medidas legais seguem em análise pelas autoridades.