O salário mínimo nacional está fixado em R$ 1.518 em 2025, mas o governo estima que ele suba para R$ 1.631 em 2026, segundo a proposta orçamentária enviada ao Congresso. O aumento representa 7,45%, baseado em uma inflação projetada de 4,78%. Para os anos seguintes, a previsão é de R$ 1.725 em 2027, R$ 1.823 em 2028 e R$ 1.908 em 2029.
Apesar do reajuste, cada R$ 1 acrescentado ao piso pressiona as contas públicas. O Ministério do Planejamento calcula que isso gera um gasto adicional de R$ 429,3 milhões por ano, enquanto a arrecadação previdenciária cresce apenas R$ 7,4 milhões. Aposentadorias, pensões e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) são diretamente afetados, já que não podem ser pagos abaixo do salário mínimo.
Salário líquido fica menor do que o anunciado
Segundo Camila Pellegrino, especialista em direito previdenciário, quem recebe o salário mínimo sofre desconto de 7,5% do INSS. “Com base no piso de 2025, de R$ 1.518, o trabalhador terá líquido R$ 1.404,15. Não há cobrança de Imposto de Renda nessa faixa”, explica. Outros descontos como vale-transporte, refeição, planos de saúde ou pensão alimentícia podem reduzir ainda mais o valor final.
Além do piso nacional, alguns estados fixam mínimos regionais. Em São Paulo, desde julho de 2025, o salário mínimo é de R$ 1.804, após reajuste de 10% sancionado pelo governador Tarcísio de Freitas. Esse aumento representou ganho real de cerca de 5% acima da inflação.
Diferença para o salário ideal
De acordo com o Dieese, o valor necessário para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 7.147,91 em agosto de 2025. “O cálculo considera que os gastos com alimentação representam 35,78% do orçamento familiar, e a partir disso estima-se o salário para cobrir todas as demais despesas”, explica a economista Patrícia Costa.
