A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (17), o requerimento de urgência para o projeto de lei que concede anistia a condenados pelos atos de 8 de Janeiro. A votação contou com 311 votos favoráveis, 163 contrários e sete abstenções, acelerando a tramitação da proposta, que agora poderá ser analisada diretamente no Plenário, sem passar pelas comissões.
O ponto que mais chamou atenção foi o apoio expressivo de partidos ligados à base governista. Dos votos favoráveis, 21 vieram do MDB e 28 do PSD, legendas que ocupam ministérios no governo Lula. Outras siglas com cargos na Esplanada também garantiram peso na aprovação: 43 deputados do PP, 49 do União Brasil e 40 do Republicanos apoiaram a urgência, mesmo após PP e União terem anunciado, no início de setembro, o rompimento formal com o Planalto.
Solidariedade ganha protagonismo e Paulinho da Força vira relator
O Solidariedade, que mantém cargos no segundo escalão, mas se afastou do governo no começo do ano, também colaborou com quatro votos a favor. O deputado Paulinho da Força (SP), presidente da legenda, foi designado nesta quinta-feira (18) como relator do projeto. Em sua primeira fala no cargo, deixou claro que uma anistia ampla, geral e irrestrita está fora dos planos.
Por outro lado, os partidos mais próximos ao PT, como PSOL, PCdoB, PDT, PSB e Rede, além do próprio Partido dos Trabalhadores, não deram nenhum voto favorável à urgência. O gesto evidencia um racha político em torno da proposta, que divide até aliados diretos de Lula.
Próximos passos e tensão política
Com a urgência aprovada, o projeto passa a ter prioridade e pode ser levado ao Plenário a qualquer momento. A disputa promete acirrar ânimos dentro do Congresso e entre eleitores, já que o tema da anistia aos envolvidos no 8 de janeiro segue como um dos mais polarizantes da política brasileira em 2025.
