Lula na ONU: entre sanções e clima, presidente embarca para Nova York neste domingo (21)

Presidente vai à ONU em meio a sanções americanas e tensão diplomática inédita na história política.

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Em meio ao pior momento das relações com os Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca neste domingo (21) para sua terceira participação na Assembleia Geral da ONU durante o atual mandato. A viagem é considerada prioridade na agenda internacional do governo.

Lula participou de todas as Assembleias, exceto a de 2010, quando enviou o então chanceler Celso Amorim, por estar concentrado na campanha presidencial de Dilma Rousseff. O presidente tradicionalmente faz o discurso de abertura, como fez em 2023 e 2024.

COP30 e clima no centro da agenda

A viagem também é estratégica para avançar nas negociações da COP30, que ocorrerá em Belém (Pará), na Amazônia, em novembro. Na cúpula, países devem apresentar as NDCs — metas de redução de gases de efeito estufa e adaptação às mudanças climáticas — com destaque para o protagonismo brasileiro.

O embarque acontece após uma série de medidas punitivas dos EUA: tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, cancelamento de vistos de ministros do STF e aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes, bloqueando contas e transações ligadas à lei americana. Em artigo no New York Times, Lula afirmou que o Brasil “continua aberto a negociar qualquer coisa que possa trazer benefícios mútuos”, mas deixou claro que “democracia e soberania não estão em pauta”.

Defesa do STF e resposta à oposição

O presidente também rebateu acusações de que a condenação de Bolsonaro seria uma “caça às bruxas”, elogiando o Supremo Tribunal Federal. Ele disse que sentiu orgulho da decisão proferida pelo STF que blindou o Estado Democrático de Direito.