Lula desafia Trump na ONU e diz que sanções arbitrárias estão atacando o Brasil

Discurso em Nova York defendeu a soberania nacional, criticou extrema-direita e expôs crise diplomática.

PUBLICIDADE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu nesta terça-feira (23) a 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, com um discurso duro contra medidas unilaterais dos Estados Unidos. A fala ocorre após Donald Trump impor novas sanções contra o Brasil, aumentando a tensão diplomática.

Lula alertou para ameaças ao multilateralismo e condenou ações arbitrárias. “Atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando regra”, afirmou. O petista também acusou setores da extrema-direita de tentar enfraquecer a democracia e os chamou de falsos patriotas que estão promovendo ações que prejudicam a economia. Ele afirmou que a democracia brasileira e a soberania são inegociáveis.

Recado direto a bolsonaristas

O presidente relacionou o avanço de forças antidemocráticas ao enfraquecimento das instituições globais. “Forças antidemocráticas tentam subjugar as instituições, cultuam a violência, atuam como milícias físicas e digitais e cerceiam a imprensa”, declarou.

Lula ainda destacou a responsabilização pelos ataques de 8 de janeiro a Jair Bolsonaro. Ele afirmou que um ex-chefe de estado atentou contra o Estado Democrático de Direito e que foi condenado de forma adequada, pois teve amplo direito de defesa.

Lula comentou sanções dos Estados Unidos ao poder judiciário

Embora não tenha citado Trump, Lula criticou diretamente as sanções que atingiram inclusive familiares do ministro Alexandre de Moraes. “A agressão contra a independência do poder judiciário é inaceitável”, disse. Sobre a relação do Brasil com os Estados Unidos, Lula disse que deve existir uma cooperação internacional. Ele ainda defendeu o combate às mudanças climáticas e chamou a guerra em Gaza de genocídio.