A Polícia Civil de São Paulo investiga se o advogado criminalista Luiz Fernando Pacheco, de 51 anos, encontrado morto em Higienópolis, na região central da capital, foi vítima de intoxicação por metanol. Pouco antes de falecer, ele enviou mensagens em um grupo de amigos no WhatsApp dando indícios do que havia acontecido.
Às 0h06, escreveu: “Desculpe os erros, tomei metanol”. Minutos depois, passou mal e precisou de atendimento médico, mas não resistiu. De acordo com o boletim de ocorrência, policiais militares foram acionados para atender uma ocorrência na Rua Itambé, onde encontraram o advogado sendo socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Uma pessoa que estava no local relatou que ele apresentava convulsões e dificuldade para respirar. Pacheco foi levado para a Santa Casa de São Paulo, mas teve a morte confirmada por volta da 1h40, menos de duas horas depois da mensagem falando sobre o metanol.
Testemunhas contaram detalhes
Testemunhas afirmaram que o advogado havia saído para comemorar com amigos em um bar de Higienópolis, onde teria consumido uísque, enquanto os demais ficaram apenas na cerveja. Segundo relatos, ele começou a passar mal dentro de um táxi, logo após o encontro.
A Secretaria da Segurança Pública informou que o caso é investigado e que os resultados dos exames periciais serão fundamentais para esclarecer a causa da morte. Luiz Fernando Pacheco era um dos fundadores do Grupo Prerrogativas, coletivo de advogados progressistas que ganhou projeção ao defender o ex-deputado federal José Genoino no caso do mensalão.
Integrantes do grupo divulgaram uma nota de pesar, em que ressaltaram sua trajetória de dedicação ao Direito e às prerrogativas da advocacia. “Com profundo pesar, o Grupo Prerrogativas lamenta o falecimento do advogado Dr. Luiz Fernando Pacheco, um de seus membros fundadores”, diz o comunicado.
Trajetória
Ao longo de sua carreira, Pacheco atuou em importantes órgãos e instituições, como conselheiro estadual da OAB-SP e vice-presidente do Conselho Deliberativo do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD). Ele também havia presidido a Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB-SP, na gestão de Patrícia Vanzolini. Reconhecido pela postura firme em defesa da advocacia, deixou dois filhos, que vivem na Austrália e estão vindo ao Brasil para acompanhar as despedidas.
