A Justiça de São Paulo determinou a transferência do ex-policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo do Presídio Militar Romão Gomes para uma prisão comum. A decisão foi tomada após sua demissão da Polícia Militar, oficializada em setembro, e atende a pedido do Ministério Público. O ex-tenente seguirá preso preventivamente até o júri popular, marcado para 14 de novembro, no Fórum da Barra Funda, em São Paulo, onde responderá pela morte do lutador Leandro Lo.
Segundo a decisão da juíza Fernanda Perez Jacomini, Velozo deve ficar em ala especial para ex-agentes de segurança, com a transferência sob responsabilidade da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). O promotor João Carlos Calsavara argumentou que, após a demissão, o réu não tem mais direito à custódia em presídio militar. Até sexta-feira (3), a SAP informou que a transferência ainda não havia sido efetivada.
Transferência e reação da defesa
A defesa de Velozo criticou a medida e afirmou que recorrerá, classificando a decisão como “revanchismo estatal” e violação à presunção de inocência. O ex-policial responde por homicídio triplamente qualificado, acusado de matar Leandro Lo por motivo torpe e com recurso que dificultou a defesa da vítima.
O crime ocorreu em agosto de 2022, durante um show no Clube Sírio, na Zona Sul de São Paulo. Após uma discussão, Leandro foi baleado na cabeça e morreu horas depois. O Tribunal de Justiça Militar já havia cassado o posto e a patente de Velozo, e o governador Tarcísio de Freitas confirmou a demissão em setembro, encerrando o vínculo do réu com a PM.
Júri popular e expectativa de condenação
O julgamento foi adiado duas vezes, a última em agosto, por impasses entre defesa e acusação. A mãe do lutador lamentou o novo adiamento e afirmou esperar por justiça. O Ministério Público busca uma pena de mais de 20 anos, enquanto a defesa sustenta que o disparo ocorreu em legítima defesa.
