Uma mulher britânica foi condenada no Tribunal de Derby, no Reino Unido, por montar um esquema para convencer o namorado a custear uma cirurgia estética e supostos tratamentos médicos. Identificada como Laura McPherson, 35, ela simulou ter câncer em fase terminal para comover o parceiro, Jon Leonard, 44, e obteve recursos ao longo de anos. A decisão determinou que a condenada restitua cerca de R$ 220 mil ao ex-companheiro até janeiro de 2025 e cumpra medidas restritivas. O caso se estendeu entre março de 2017 e janeiro de 2022, período em que a ré apresentou narrativas sobre diferentes diagnósticos e procedimentos.
Segundo o Daily Star, McPherson produziu fotos em leito hospitalar e vestiu peças com mensagens de apoio à luta contra o câncer para legitimar a história. Ela alegou ter passado por uma mastectomia com reconstrução devido a um suposto câncer de mama e, em momentos diferentes, citou tumores de colo do útero, ovário, cólon e intestino. A fraude envolveu ainda a filha da acusada, que chegou a acreditar que a mãe estava prestes a falecer. O namorado desembolsou cerca de 25 mil libras para despesas médicas e, após a alegada cura, presenteou a então parceira com um relógio Rolex avaliado em 30 mil libras. O relacionamento, iniciado em 2011, terminou quando ele passou a exigir comprovações consistentes dos tratamentos.
Condenação e medidas impostas no Reino Unido
Durante o julgamento, o juiz Jonathan Straw descreveu McPherson como uma mentirosa perversa e desonesta. Em sua manifestação, acrescentou: “É difícil imaginar como alguém pode ser tão calculista e insensível com quem a amava e cuidava dela”. A sentença impôs uma ordem comunitária de dois anos, monitoramento por tornozeleira eletrônica e toque de recolher das 19h às 6h, de quarta a domingo. A decisão não incluiu regime prisional, mas exige que a ré devolva os valores ao ex-namorado dentro do prazo fixado pelo tribunal.
Após a audiência, Jon Leonard afirmou que a etapa judicial encerra um longo período de desgaste com a ex-companheira. Em depoimento reproduzido na imprensa, ele declarou: “Finalmente acabou. Hoje marca o fim de oito anos e meio desafiadores. Ela nunca teve câncer e vinha inventando isso desde a escola. Ela foi exposta como uma pessoa horrível, mentirosa e manipuladora que é. Nunca se desculpou nem foi vítima de fraude.” Segundo a acusação, as contradições se acumularam com pedidos por evidências clínicas, o que levou ao rompimento do relacionamento e, posteriormente, ao processo.
Cronologia do caso e valores desembolsados
De acordo com a reconstrução apresentada, a fraude ocorreu entre 2017 e 2022, quando McPherson afirmou que passaria por uma histerectomia em uma clínica na Áustria. Na prática, conforme apurado, ela participou de um programa de bem-estar e perda de peso. Os repasses do namorado atingiram cerca de 25 mil libras (aproximadamente R$ 178 mil), além do presente de 30 mil libras (cerca de R$ 214 mil) para celebrar a suposta recuperação. O tribunal ainda registrou que a ré usou estratégias para sustentar a versão, como registros fotográficos em ambiente hospitalar e o uso de slogans relacionados à doença. A decisão de Derby também estabeleceu a obrigação de ressarcimento em torno de R$ 220 mil até janeiro de 2025, além das restrições de circulação noturna com monitoramento eletrônico.
