Avó expõe pedido de Maria Clara, menina de 5 anos morta e enterrada no quintal: ‘Eu não queria ir embora…’

Sofrendo com o luto, a avó paterna da criança revelou detalhes sobre as visitas de Maria Clara em sua casa.

PUBLICIDADE

A morte brutal da pequena Maria Clara Aguirre Lisboa, de 5 anos, em Itapetininga (SP), comoveu o país e expôs um caso de extrema violência familiar. A criança foi encontrada enterrada no quintal da casa onde vivia com a mãe, Luiza Aguirre Barbosa da Silva, e o padrasto, Rodrigo Ribeiro Machado, que confessaram o crime. Segundo a investigação, o corpo estava enterrado havia cerca de 20 dias, e o local havia sido concretado para ocultar o assassinato. O casal foi preso e indiciado por homicídio e ocultação de cadáver.

A avó paterna da menina, Vanderleia Monteiro do Amaral, foi quem procurou o Conselho Tutelar e denunciou o desaparecimento da neta. Em depoimento, ela relatou que Maria Clara demonstrava medo de voltar para a casa da mãe: “Vó, eu não queria ir embora. Eu não gosto da minha mãe”, revelou Varderleia sobre os pedidos da criança.

Padrasto possui antecedentes criminais

A mulher descreveu a neta como uma criança carinhosa, alegre e muito próxima dos primos, relembrando com dor o quanto ela gostava de brincar e espalhar afeto. A família, abalada, pediu justiça e afirmou que a menina agora é vista como uma estrelinha que protege os que ficaram. De acordo com a Polícia Civil, Maria Clara era constantemente agredida pela mãe e pelo padrasto.

O delegado responsável pelo caso, Franco Augusto, informou que Rodrigo possuía antecedentes criminais e que usava a criança como instrumento de pressão psicológica sobre Luiza. As investigações apontam que ambos admitiram ter perdido a paciência com a menina, alegando que ela atrapalhava a vida do casal. A crueldade do crime ficou evidente nos detalhes da perícia, que constatou o esforço dos dois em ocultar o corpo após a morte.

Sepultamento da pequena Maria Clara

O sepultamento de Maria Clara ocorreu sob forte comoção, no Cemitério Colina da Paz, com a presença apenas de familiares do pai biológico. Devido ao estado avançado de decomposição, não houve velório. A ausência de um último adeus intensificou o sentimento de impotência da família, que ainda tenta compreender como a menina, descrita como doce e afetuosa, foi vítima de tanta violência dentro do próprio lar.

Após a confissão, Rodrigo foi transferido para a cadeia de Capão Bonito, e Luiza seguiu para o presídio feminino de Votorantim. A investigação prossegue com o objetivo de esclarecer todos os detalhes do crime e identificar se outras pessoas tiveram algum tipo de participação ou omissão.