O professor de matemática agredido dentro do Centro Educacional 4 do Guará, no Distrito Federal, decidiu se manifestar publicamente após o episódio que chocou a comunidade escolar recentemente. A agressão ocorreu quando ele pediu que uma aluna guardasse o celular durante a aula. O pai da estudante invadiu a escola e desferiu diversos socos contra o docente, que ficou com hematomas no rosto e nas costas.
Dias depois, o educador divulgou uma carta aberta em que relata o impacto físico e emocional do ataque. O documento, endereçado ao advogado do agressor, viralizou nas redes sociais e reacendeu o debate sobre a violência contra profissionais da educação. O professor afirma que não tem condições de retornar à sala de aula e segue em recuperação.
Desabafo revela rotina marcada por tensão
Na carta, o professor descreve a rotina escolar como um ambiente de constante tensão. Com mais de duas décadas de atuação na rede pública, ele afirma que o medo passou a fazer parte do cotidiano dos docentes. Segundo ele, após tantos anos de trabalho, o termo “sobrevivente” define melhor o que é ser professor no Brasil.
O educador também destacou a dificuldade de lidar com alunos que não respeitam os limites básicos de convivência. “Poucos têm ideia do que é lidar diariamente com jovens cujos interesses estão distantes de qualquer conteúdo escolar”, escreveu, revelando o desgaste emocional que acompanha a profissão. A carta foi compartilhada por colegas e internautas, que demonstraram apoio ao professor.
Ataque reacende debate sobre segurança nas escolas
A filha do agressor, que presenciou o ataque, tentou conter o pai com um mata-leão e chorou ao questionar a violência. A Polícia Militar foi acionada e o homem responderá por lesão corporal, injúria e desacato. O caso segue em investigação pelas autoridades competentes. O professor, por sua vez, permanece afastado das atividades e ainda não tem previsão de retorno.
