Furacão Melissa atinge categoria 5 e pode causar impactos no Brasil

Fenômeno avança no Caribe com ventos de até 260 km/h; NHC alerta para “inundações catastróficas” na Jamaica.

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O furacão Melissa foi elevado à categoria 5 pelo Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos nesta segunda-feira (27) e segue em direção à Jamaica com ventos de até 260 km/h.

Autoridades americanas e locais monitoram a trajetória, enquanto órgãos de meteorologia no Brasil avaliam possíveis reflexos no Norte do país. O NHC emitiu alerta para a Jamaica com menção a possíveis “inundações catastróficas”, e a Climatempo aponta mudança no padrão atmosférico do Atlântico Tropical que pode repercutir na faixa norte da América do Sul nas próximas semanas.

De acordo com o NHC, Melissa estava a cerca de 205 km ao sul-sudoeste de Kingston e 505 km de Guantánamo, movendo-se lentamente para oeste, a aproximadamente 6 km/h. A previsão indica que o centro do sistema alcance a Jamaica na terça-feira (28) e avance sobre Cuba e Bahamas até quarta-feira (29).

Em comunicado, o NHC reforçou: “Os ventos destrutivos, marés de tempestade e inundações catastróficas vão piorar na Jamaica ao longo do dia e durante a noite”. O governo cubano emitiu alerta de furacão para Granma, Santiago de Cuba, Guantánamo e Holguín, com previsão de acumulados de chuva de até 51 centímetros no leste do país. Autoridades jamaicanas avaliam que o evento pode ser o mais intenso em décadas, com impactos à mobilidade por deslizamentos, alagamentos e bloqueios de vias; antes, o sistema já havia provocado danos e falecimentos no Haiti.

Efeitos no Brasil: ZCIT intensificada e previsão de chuva no Norte

A Climatempo informa que a intensificação de Melissa, combinada com La Niña e o aquecimento do Atlântico, altera o padrão do tempo no Caribe e no norte da América do Sul, “com impactos diretos para a Colômbia, o norte do Brasil e países vizinhos”.

Enquanto o sistema avança sobre águas excepcionalmente quentes do Atlântico Tropical, sua interação com o fenômeno La Niña intensifica a instabilidade atmosférica e amplia os riscos climáticos em toda a faixa norte da América do Sul, com reflexos diretos sobre a Colômbia e o norte do Brasil. O fenômeno já é considerado um dos mais intensos da história da região, superando registros anteriores de sistemas que afetaram a ilha nas últimas décadas,

A influência de Melissa ocorre em paralelo ao fortalecimento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), principal sistema de chuva na Amazônia e no norte brasileiro. Com isso, as próximas semanas devem registrar chuvas mais intensas e frequentes, com potencial para ressacas, ventos fortes e aumento do nível do mar.