A megaoperação contra o Comando Vermelho (CV), deflagrada na última terça-feira (28), no Rio de Janeiro, segue provocando desdobramentos dramáticos. Entre os feridos está o delegado assistente da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), Bernardo Leal Anne Dias, que precisou amputar uma das pernas após ser atingido na veia femoral.
Atingido durante intenso confronto armado, ele foi levado às pressas para o Hospital Samaritano, na Barra da Tijuca, onde passou por cirurgia de emergência. O caso gerou grande comoção entre colegas e internautas, que prestaram solidariedade ao delegado nas redes sociais.
Megaoperação é a mais letal da história do estado
Segundo informações divulgadas em coletiva pelo secretário de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, Bernardo está em estado grave. Outros quatro policiais civis permanecem internados, mas apresentam quadro estável, enquanto dois militares seguem em estado grave e sete se recuperam.
A operação, considerada a maior já realizada no estado, resultou na apreensão de 118 armas — sendo 91 fuzis — e na detenção de dez adolescentes. O Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto ficou superlotado após a chegada de dezenas de corpos vindos das comunidades.
Clima de medo e debate sobre a violência no Rio
Nas regiões dos complexos do Alemão e da Penha, o clima é de tensão constante. Moradores relataram horas de tiros e explosões, descrevendo a sensação de viver em meio a uma guerra. Em nota oficial, a Polícia Civil afirmou que os ataques não ficarão impunes e anunciou novas operações para capturar criminosos foragidos. O episódio reacendeu o debate sobre a eficácia das ações policiais e o uso da força em áreas dominadas pelo tráfico, levantando questionamentos sobre a falta de planejamento e a escalada da violência no estado.
