Em meio à repercussão provocada pela megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, o relato de Alex Rosário da Costa, pai de um dos mortos, expôs a brutalidade dos confrontos.
Alex, que aguardava no Instituto Médico-Legal (IML) por informações sobre o corpo do filho, Iago Ravel Rodrigues Rosário, um dos 121 mortos na ação que se tornou a mais letal da história do estado, concedeu entrevista ao portal Terra e desabafou sobre o que soube da morte do jovem.
Pai diz que filho se rendeu durante megaoperação no RJ
“A cabeça do meu filho estava presa em uma árvore”, afirmou Alex, visivelmente abalado. Segundo o relato, pessoas que encontraram o corpo de Iago contaram que ele foi decapitado durante o confronto. O pai também disse ter recebido informações de que pelo menos 13 corpos apresentavam o mesmo tipo de ferimento.
“Quem fez isso com o meu filho não é policial, é psicopata. Isso é carnificina, o meu filho se rendeu”, declarou o pai de Iago Ravel, denunciando a crueldade que, segundo ele, marcou a operação. A ação, realizada na última terça-feira (28), tinha como objetivo combater o Comando Vermelho e cumprir mandados de prisão contra integrantes da facção.
Investigações após 121 mortes confirmadas
Inicialmente, as autoridades haviam confirmado 64 mortos, número que mais que dobrou após moradores retirarem dezenas de corpos de uma área de mata no Complexo da Penha. O governo do Rio de Janeiro atualizou o total para 121 mortos, sendo quatro policiais e 117 suspeitos. O secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, afirmou que os moradores que participaram da remoção dos corpos serão investigados por fraude processual, alegando que a retirada pode ter comprometido a cena do crime.