Uma denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) aponta que a expansão do Comando Vermelho (CV) pela Grande Jacarepaguá provocou uma média de um homicídio por dia em 2 anos. O documento, anexado ao processo da Megaoperação Contenção, relaciona os 684 óbitos registrados nesse período à disputa entre facções do tráfico e grupos paramilitares na Zona Oeste.
Segundo o MPRJ, o CV passou a dominar comunidades antes controladas por milícias em áreas como Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Itanhangá e Vargens, formando o chamado Complexo de Jacarepaguá. A denúncia detalha a progressão territorial a partir de Gardênia Azul e Cidade de Deus, indicando que o avanço resultou em confrontos armados e elevação dos índices de homicídio.
Megaoperação – Contenção e impactos na segurança
O órgão afirma que integrantes ligados ao Complexo da Penha coordenaram a expansão, articulando estratégias de ocupação e rotas de circulação. Esse movimento, segundo a denúncia, alterou a rotina de moradores, o funcionamento de serviços e o acesso entre bairros da Zona Oeste. A disputa constante por território intensificou tiroteios e ampliou o número de mortes, tanto de civis quanto de agentes públicos.
A escalada da letalidade e a reorganização
Na esfera judicial, 69 suspeitos foram denunciados por associação ao tráfico. A operação realizada no dia 28 contabilizou 113 prisões e 121 mortos, incluindo quatro policiais. Esses dados, incorporados ao processo, embasam pedidos de novas medidas de investigação e restrição nas áreas sob influência da facção.
O Ministério Público reforça que o material anexado busca demonstrar a escalada da letalidade e a reorganização do crime na região, que se tornou palco de confrontos frequentes entre o Comando Vermelho e milícias. A denúncia sustenta que a ofensiva criminosa compromete a segurança pública e redesenha o mapa do controle territorial na Zona Oeste do Rio.
