Mulher que teve filho morto em megaoperação no RJ diz que a dor da mãe dos policiais que morreram não é diferente da dela

Filho de Tauã tinha envolvimento com o crime e foi um dos mortos em megaoperação policial.

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Após a megaoperação das forças de segurança no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos na terça-feira (28), a mãe de um dos jovens mortos, Tauã Brito, declarou que sente a mesma dor das mães dos policiais que perderam a vida na ação. A operação, considerada a mais letal da história do país, ainda está sendo investigada, e os laudos das necropsias devem ser divulgados nos próximos dias.

“Eu estou vendo muita gente falando sobre a mãe de um dos policiais que morreram, né. A dor dela não é diferente da minha, porque ela é mãe como eu e como todas as mães dos corpos que estavam lá”, afirmou Tauã, em entrevista à Rádio Itatiaia, na saída do Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto, no Centro do Rio.

Filho pediu ajuda antes de morrer

Ela contou que, durante a operação, recebeu uma mensagem do filho pedindo ajuda e dizendo que estava encurralado na mata. Segundo a mãe, ele acreditava que, com sua presença, poderia se entregar com segurança, mas acabou sendo morto antes de qualquer contato com a família.

O corpo do jovem foi encontrado horas depois, com ferimentos graves. “Eu nunca apoiei a vida que meu filho levava, as escolhas que ele fez, mas como mãe, eu nunca ia virar as costas pra ele”, disse Tauã, emocionada. Ela lamentou não ter conseguido chegar ao local a tempo de evitar o desfecho trágico.

Mulher criticou governador

Em tom de desabafo, a mãe criticou a postura do governo fluminense e pediu por mudanças sociais. “A gente também precisa que aconteça mudança, porque para governar um estado não é só chegar dentro de favela e ficar tirando vida não, é muito mais que isso”, declarou. O caso segue repercutindo e levanta debate sobre a forma de atuação das forças de segurança nas comunidades do Rio.