A ação policial de grande escala ocorrida na terça-feira, dia 28, que se tornou a mais fatal da história do Rio de Janeiro, causou 121 mortes. A operação teve origem em uma investigação iniciada em 2024, desencadeada por uma denúncia anônima recebida pelo serviço Disque-Denúncia.
O aviso inicial indicava que membros da facção criminosa Comando Vermelho (CV) estavam articulando, a partir do Complexo da Penha, planos para estender seu domínio territorial na zona norte da capital. Essa área engloba 13 comunidades e abriga aproximadamente 100 mil pessoas. A região é caracterizada pela presença de obstáculos físicos (barricadas) e pelo intenso comércio de entorpecentes, que estava se expandindo para locais que anteriormente não eram afetados.
Investigações apontam Doca como chefe máximo do CV no RJ
A investigação em curso permitiu que as autoridades traçassem a estrutura de comando da facção. No escalão mais elevado, identificou-se Edgar Alves de Andrade, conhecido pelos codinomes Doca ou Urso. Ele exerce o comando máximo sobre o Complexo da Penha e várias outras áreas controladas pelo grupo.
Doca é tido como a segunda figura mais importante na hierarquia geral do Comando Vermelho. Ele é responsabilizado por instigar e liderar conflitos territoriais visando a expansão do grupo, como as incursões em Jacarepaguá (incluindo as comunidades de Rio das Pedras e Muzema).
Doca segue foragido após operação policial
Seu histórico criminal é extenso, totalizando 269 registros e atualmente com 26 mandados de prisão ativos por delitos que incluem tráfico de drogas, tortura, roubo e formação de quadrilha. Embora fosse um dos principais alvos da operação, Doca conseguiu escapar e permanece em situação de foragido.
