O governo do Rio de Janeiro divulgou novos detalhes sobre os resultados da megaoperação que deixou 117 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio. O levantamento, apresentado pela Polícia Civil, revelou que a maioria dos mortos possuía envolvimento com o Comando Vermelho e histórico criminal. A ação, que também vitimou quatro policiais, foi considerada pelas autoridades o maior confronto contra o narcotráfico já realizado no estado.
Segundo o relatório, 97 dos mortos já haviam sido detidos anteriormente por crimes como tráfico, porte ilegal de armas e associação criminosa. Outros dez, apesar de não possuírem antecedentes, foram identificados como integrantes da facção por meio de fotos e postagens em redes sociais. O governo também informou que sete suspeitos não tinham registros policiais nem indícios digitais, o que, segundo a corporação, ainda não é suficiente para classificá-los como inocentes. Dois corpos permanecem sem identificação completa no Instituto Médico Legal.
Policial foi morto durante megaoperação
A megaoperação no Rio de Janeiro, considerada como a mais letal da história, levou a óbito vários integrantes do crime organizado, no entanto, também houve quatro baixas policiais. Um deles é Rodrigo Cabral, que teve seus últimos momentos de vida flagrados em imagens. Rodrigo surge em uma emboscada do CV contra policiais, na qual sobreviveu, no entanto, momentos depois ele volta a ser atacado e acaba morto com um tiro na nuca. No vídeo abaixo, é possível ver o Policial segundos antes da tragédia.
Os números reforçam o alcance interestadual da operação. Do total de mortos, 62 eram de outros estados, incluindo Pará, Bahia, Amazonas e Goiás. A investigação apontou que os complexos funcionavam como uma base estratégica do Comando Vermelho para o treinamento e envio de criminosos a diferentes regiões do país. As autoridades classificaram o local como o “quartel-general” da facção, onde se planejavam ações e se distribuíam armas, drogas e recursos financeiros.
Secretários das Polícias Civil e Militar se pronunciam
O secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, explicou que a análise dos dados é apenas uma etapa do processo investigativo e que novas informações serão divulgadas conforme os laudos e perícias forem concluídos. Já o secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, ressaltou que os confrontos ocorreram apenas com criminosos armados e que o objetivo principal da ação foi preservar vidas de moradores. Segundo ele, a operação marcou um ponto decisivo no enfrentamento ao narcotráfico, mas o trabalho de inteligência continuará para evitar que a facção volte a se reorganizar na região.
