A identificação oficial das vítimas da megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, afastou a hipótese de que a jovem conhecida como Penélope ou Japinha do CV estivesse entre os que faleceram. Áudios obtidos pela coluna Na Mira indicam que o corpo com roupa camuflada e colete tático, exibido em imagens que circularam nas redes, não era dela. Em paralelo, um vídeo passou a sugerir a fuga de uma mulher durante a ação, alimentando novas linhas de apuração sobre o paradeiro da investigada.
Segundo materiais analisados pela reportagem, policiais envolvidos confirmaram que o cadáver visto nas fotos era de um homem cuja identidade não foi divulgada. A jovem não aparece na lista oficial dos 115 suspeitos já identificados, e os registros apontam apenas homens entre os que faleceram. Em nenhum momento a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) confirmou que ela tivesse falecido.
Vídeo atribuído à Japinha do CV mostra possível fuga na Penha e no Alemão
Desde o início da semana, circula um vídeo em que uma mulher corre junto a um grupo durante o avanço das forças de segurança nas duas comunidades. As imagens têm sido associadas à “musa do crime”, mas a polícia ainda não confirmou a identidade da pessoa filmada. De acordo com o colunista Carlos Carone, o conteúdo ganhou relevância após a reviravolta que desmentiu a atribuição do corpo fardado à investigada, reforçando a incerteza sobre seu paradeiro após o confronto.
Investigações preliminares apontam que a jovem atuava na linha de frente do Comando Vermelho, na proteção de rotas de fuga e na defesa de pontos estratégicos de venda de substâncias ilícitas. Imagens explícitas de um corpo alvejado foram compartilhadas com legendas que sugeriam ser dela, impulsionando desinformação.
Balanço da operação e apurações da Delegacia de Homicídios
A ação teve como objetivo conter o avanço territorial do Comando Vermelho e cumprir cerca de 100 mandados de prisão nas comunidades do Alemão e da Penha. Entre os que faleceram e foram identificados, 59 tinham mandados em aberto e ao menos 97 possuíam histórico criminal relevante; outros 12 apresentam indícios de participação no tráfico de substâncias ilícitas em suas redes sociais, somando pelo menos 109 com relação direta com a facção, segundo a PCERJ.
