O dia 28 de outubro foi palco de acontecimentos dolorosos e angustiantes no Rio de Janeiro, resultado de uma grande operação policial conduzida pelas corporações Civil e Militar nos conjuntos da Penha e do Alemão. Em meio a depoimentos de extrema violência e confusão, um caso em particular despertou grande comoção nacional: o de Tauã Brito. Essa mãe, em um ato de desespero e coragem, encontrou e resgatou o corpo de seu próprio filho, sem vida, na área de mata onde indivíduos envolvidos em atividades criminosas buscaram refúgio durante o intenso tiroteio.
“Eu não criei o meu filho para ser bandido. Eu acreditava que uma hora ele ia sair dessa vida, que ia despertar para viver diferente. A gente sabe que o caminho do crime ou é a morte ou é a cadeia. Eu não apoiava o que ele fazia, mas ele era meu filho”, declarou Tauã, em entrevista ao Fantástico, exibido pela TV Globo.
Busca, tragédia, devastação
A mãe relatou ter dedicado horas à busca pelo jovem, conseguindo encontrá-lo somente por volta da 1h da manhã. Moradores da região afirmaram que muitos corpos foram levados para a Praça São Lucas, após serem descobertos na área de mata na madrugada que se seguiu à intervenção. O programa televisivo exibiu imagens de indivíduos armados e a extensa devastação resultante da ação das forças de segurança.
Conforme os dados fornecidos pela Polícia Civil, até o momento foram 121 pessoas que perderam a vida durante o enfrentamento, incluindo quatro policiais. Entre as 115 vítimas que já tiveram sua identidade confirmada, 88 possuíam histórico criminal e 66 não eram naturais do Rio de Janeiro.
Operação do Bope chamou atenção do Brasil
A tática empregada pelas autoridades, denominada Muro do Bope, consistiu em bloquear as entradas das comunidades, forçando os indivíduos envolvidos em atividades criminosas a se deslocarem para a mata, local onde o confronto mais violento aconteceu.
