A Polícia Civil do Rio investiga o uso de “fantasmas do CV” — criminosos sem registros civis, biométricos ou genéticos — durante a megaoperação Contenção, realizada em 28 de outubro nos complexos do Alemão e da Penha. Dos 117 mortos, 115 foram identificados e dois seguem sem qualquer dado que comprove quem eram. A suspeita é que o Comando Vermelho recrute pessoas sem documentação para atuar na linha de frente e dificultar a identificação após os confrontos.
De acordo com fontes da investigação, esses “soldados fantasmas” seriam aliciados principalmente no Norte e Nordeste, onde há maior número de pessoas sem registro formal. O objetivo seria impedir o rastreamento das conexões entre os executores e a cúpula da facção. Essa prática já estava no radar da polícia e ganhou força com os dados da operação.
Tática e perfil dos mortos
Entre os mortos, 59 tinham mandados de prisão e 97 possuíam histórico criminal. Outros 17 não tinham antecedentes, mas 12 apresentavam ligações com o tráfico nas redes sociais. Quatro policiais também morreram na ação.
Um levantamento apontou que 62 dos mortos eram de fora do Rio — a maioria do Pará, Bahia, Amazonas e Goiás. Para os investigadores, a presença de criminosos de outros estados mostra que o Comando Vermelho vem ampliando sua rede de atuação nacional.
Investigações continuam
A Polícia Civil acredita que o uso de pessoas sem identidade formal é uma estratégia para reduzir rastros e atrasar o reconhecimento após confrontos. As perícias seguem analisando impressões digitais e DNA para tentar identificar os dois corpos ainda sem nome. A operação Contenção continua sob investigação, sendo considerada uma das mais letais já registradas no estado.
