O asteroide 101955 Bennu cruza periodicamente a órbita da Terra a cada aproximadamente seis anos, sendo classificado como objeto próximo do nosso planeta. Cientistas monitoram sua trajetória com atenção desde que a missão OSIRIS-REx da NASA pousou no corpo celeste para coletar amostras.
Essa missão permitiu refinar os cálculos sobre o trajeto de Bennu e reduzir as incertezas orbitais. Em estudos recentes foi identificada a data de 24 de setembro de 2182 como aquela em que ocorre a maior probabilidade, embora ainda muito baixa, de colisão com a Terra de Bennu.
Essa probabilidade foi estimada em cerca de 1 em 2.700 (aproximadamente 0,037%) para esse dia específico, após análise detalhada. Mesmo sendo uma chance pequena, o fato de haver uma data destacada elevou o nível de atenção na comunidade científica.
Impacto causaria grande destruição na Terra
O impacto de um asteroide do tamanho de Bennu, estimado em cerca de 500 metros de diâmetro, teria consequências severas se ocorresse. Foram realizadas simulações por pesquisadores da IBS Center for Climate Physics, na Coreia do Sul.
Os resultados das simulações indicam que a colisão poderia lançar entre 100 e 400 milhões de toneladas de poeira na atmosfera terrestre. As mudanças previstas incluiriam queda de cerca de 4 °C na temperatura média global, redução de 15% nas precipitações e impacto expressivo na fotossíntese das plantas.
Monitoramento e missão de coleta de amostras
A missão OSIRIS-REx foi lançada pela NASA em 2016 com destino a Bennu, tendo alcançado o asteroide em 2018 e coletado amostras de solo em outubro de 2020. O retorno das amostras à Terra ocorreu em setembro de 2023, e agora os cientistas estudam o material para entender a composição, densidade e outras características físicas de Bennu.
Essas informações são essenciais para estimar com maior precisão os efeitos gravitacionais, a influência da radiação solar e a possível trajetória futura do asteroide. Além disso, os modelos orbitais indicam que em 25 de setembro de 2135 Bennu fará um encontro muito próximo com a Terra, durante o qual poderá passar por uma chave gravitacional que, se atravessada, colocaria o asteroide numa rota de colisão em 2182.
