Um dos casos mais impressionantes da recente megaoperação no Rio de Janeiro foi o do policial do Bope que desafiou as estatísticas e voltou à vida após 17 minutos de parada cardiorrespiratória. O agente, atingido durante o confronto com criminosos do Comando Vermelho no dia 28 de outubro, passou por uma cirurgia de emergência no Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), onde sua recuperação foi considerada um verdadeiro milagre médico. Mesmo após o longo período sem batimentos cardíacos, ele despertou sem qualquer dano cerebral, algo raro em situações semelhantes.
De acordo com os médicos responsáveis, o policial chegou consciente ao hospital, mas seu quadro se agravou rapidamente por causa da perda de sangue. No centro cirúrgico, ele sofreu uma fibrilação ventricular, que impediu o coração de bombear oxigênio para o corpo. Foi então que uma equipe formada por anestesistas, cirurgiões e enfermeiros se revezou nas manobras de reanimação por quase 20 minutos. Contra todas as probabilidades, o agente reagiu e sobreviveu. Hoje, está estável, lúcido e conversa normalmente com a equipe que o atendeu.
Emboscada do Comando Vermelho
Em recuperação, o policial do BOPE deve passar por uma nova cirurgia para tentar restaurar os movimentos do braço atingido. Em relato à CBN, ele descreveu a experiência como um renascimento e contou que se lembra de todo o processo, desde o momento em que foi baleado até a chegada ao hospital. O agente revelou ainda uma estratégia dos criminosos no combate: “Esses criminosos agiram de forma totalmente agressiva, com falsas rendições para que o policial se aproximasse e fosse emboscado”.
O episódio comoveu os profissionais de saúde e os colegas de farda, que passaram a enxergar o sobrevivente como um exemplo de coragem e resistência. Dentro do HCPM, o clima é de admiração: todos querem conhecer o homem que “voltou da morte”. Médicos relatam que casos como esse são extremamente raros e reforçam a importância da estrutura hospitalar e da atuação em equipe em momentos críticos. O anestesiologista Fernando Carvalho Corrêa, que participou da cirurgia, destacou que a rápida intervenção foi essencial para o desfecho positivo.
Vários agentes foram baleados em megaoperação no RJ
Ao todo, 13 agentes foram baleados durante a operação e quatro perderam a vida, sendo dois militares e dois civis. A tenente-coronel Aniela Barros, chefe das Clínicas Cirúrgicas do hospital, afirmou que os ferimentos causados por projéteis de fuzil têm sido cada vez mais graves e letais, devido à alta energia do impacto. Ainda assim, o caso desse policial se tornou um símbolo de esperança dentro da corporação, mostrando que, mesmo nas situações mais extremas, a vida pode prevalecer.
