Nayara Rodrigues da Silva, amiga de Eloá Pimentel e uma das sobreviventes do sequestro que chocou o Brasil em 2008, finalmente obteve um reconhecimento oficial por tudo o que viveu. Em 2018, o governo de São Paulo foi condenado a indenizá-la por danos morais, materiais e estéticos.
O valor é resultado da conclusão de que a jovem foi exposta a riscos desnecessários durante a operação policial que tentou resgatar Eloá — e que terminou de forma trágica. A garota recebeu R$ 150 mil após tudo que passou no caso que ganhou grande repercussão.
Decisão da polícia acabou colocando Nayara no cativeiro novamente
Nayara estava no apartamento de Eloá, ao lado da amiga e de dois rapazes, quando Lindemberg Alves invadiu o local e deu início ao sequestro que parou o país. Os dois jovens foram libertados logo no início, e a jovem deixou o cativeiro dois dias depois.
No entanto, em uma decisão amplamente criticada na época, a polícia pediu que ela retornasse ao apartamento para auxiliar nas negociações com o sequestrador. A garota, então adolescente, relatou ter sentido pressão para obedecer e retornar àquele ambiente de extremo perigo.
Lindemberg Alves atirou contra Nayara na invasão da polícia
Durante a tentativa final de invasão da polícia, Lindemberg Alves disparou contra Nayara, atingindo seu maxilar e deixando sequelas físicas e emocionais profundas. Suas marcas visíveis e invisíveis acabaram se tornando parte do processo judicial que, anos depois, reconheceu o erro das autoridades ao ordenar que ela voltasse ao local do crime.
A decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo apontou claramente a responsabilidade da Polícia Militar, destacando que a jovem, menor de idade na época, nunca deveria ter sido colocada novamente sob a mira do sequestrador. Os magistrados consideraram não apenas o dano físico causado pelo tiro, mas também o impacto psicológico duradouro provocado por horas de tensão, medo e pressão emocional.
