O Tribunal de Justiça de São Paulo ordenou a reintegração do policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo à Polícia Militar de São Paulo, pouco depois de ele ser absolvido da acusação de assassinato do campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo. O retorno às suas funções e ao posto anterior foi confirmado pela própria PM em um comunicado nesta terça-feira, dia 18, em cumprimento a uma ordem judicial.
A decisão foi formalizada em um decreto de 28 de outubro de 2025, resultado de uma determinação liminar do Tribunal de Justiça. Velozo havia sido inocentado na sexta-feira, dia 14, por um júri popular no Fórum Criminal da Barra Funda. O júri aceitou a tese de legítima defesa para o falecimento de Leandro Lo, que ocorreu em agosto de 2022 após uma briga em um evento de pagode na zona sul da capital paulista.
Após a absolvição, Velozo foi liberado no sábado, dia 15, depois de mais de três anos e três meses de prisão preventiva. Na segunda-feira, dia 17, o policial divulgou um vídeo expressando seu pedido de desculpas à família e aos amigos de Leandro Lo, justificando que sua atitude foi necessária para proteger sua vida.
Retomada de salário
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) havia determinado a interrupção do salário de R$ 10,8 mil de um tenente, detido desde agosto de 2022 no presídio militar Romão Gomes, na zona norte da capital paulista. No entanto, essa suspensão foi revertida no dia 17 de março por uma liminar concedida pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro justificou sua decisão alegando que o bloqueio do pagamento era uma violação ao princípio da presunção de inocência, visto que o policial militar ainda não tinha recebido uma condenação definitiva.
Caso Leandro Lo
Após o conflito inicial, o tenente Velozo teria disparado contra a cabeça do lutador Leandro Lo e, mesmo com a vítima já caída, desferido dois chutes na área do ferimento. O atleta foi socorrido em estado gravíssimo e levado ao Hospital Municipal Arthur Saboya, na zona sul de São Paulo, mas, infelizmente, não resistiu.
Documentos do Tribunal de Justiça Militar (TJM) mostraram que o policial não prestou auxílio à vítima. Em vez disso, ele se dirigiu a outra casa noturna, a boate Bahamas, em Moema, onde continuou a consumir uma grande quantidade de álcool.
