Moradores de Utqiagvik, no norte do Alasca, começaram um período prolongado de escuridão após o último pôr do sol do ano, ocorrido às 13h36 do horário local. A cidade, localizada no extremo norte, só voltará a ver o sol no dia 22 de janeiro. O fenômeno marca o início da noite polar, que dura 64 dias e se repete anualmente.
Outras cidades dentro do círculo ártico também passam por esse processo, mas Utqiagvik é sempre a primeira devido à sua posição geográfica. O desaparecimento do sol ocorre por causa da inclinação do eixo da Terra, que impede que o disco solar ultrapasse o horizonte durante o inverno.
Especialistas explicam que, mesmo sem o sol, parte do dia é iluminada pelo crepúsculo civil. Essa luminosidade lembra os momentos poucos minutos antes do nascer do sol ou logo após o pôr do sol. Em dias nublados ou com neve, porém, nem esse pouco de luz é perceptível.
População muda sua rotina
A rotina dos cerca de 4.900 habitantes muda nesse período, que faz parte da cultura local há gerações. Os moradores costumam se preparar ao longo do ano, armazenando mantimentos e organizando atividades internas.
Comunidades próximas, como Kaktovik, Point Hope e Anaktuvuk Pass, também enfrentarão semanas sem a presença do sol. Países escandinavos como Finlândia, Suécia, Noruega e Groenlândia passam pelo mesmo fenômeno.
Noite polar em outras regiões
O fenômeno também ocorre anualmente em áreas do Círculo Polar Ártico fora dos Estados Unidos. Nessas localidades, o inverno traz longos períodos sem o nascer do sol. A dinâmica climática é semelhante à observada no Alasca, marcada pela baixa incidência de luz natural. Cada comunidade desenvolve estratégias próprias para enfrentar o ciclo.
Mesmo com a escuridão, parte dos dias pode apresentar leve claridade decorrente dos diferentes tipos de crepúsculo. A visibilidade depende das condições climáticas locais. Em dias de céu limpo, a luz difusa é mais perceptível. Já em períodos de tempestade, o ambiente permanece totalmente escuro.