Após reunião na segunda-feira, Lula sinalizou a aliados que pretende oficializar nos próximos dias o nome do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal. A expectativa é que o anúncio aconteça antes da viagem do presidente ao G20, apesar de Rodrigo Pacheco continuar sendo o preferido entre os senadores para ocupar a vaga deixada por Luís Roberto Barroso.
Durante o encontro, Pacheco reiterou que não pretende disputar o governo de Minas em 2026, frustrando a aposta do Planalto. Essa recusa, segundo auxiliares, fortalece resistências ao nome de Messias, que ainda enfrentará sabatina na CCJ e precisará de ao menos 41 votos em plenário. O alerta aumentou após a apertada recondução de Paulo Gonet à PGR, aprovada por margem mínima.
Pressões ignoradas no Senado Federal
Mesmo com apoio explícito de líderes do Senado à indicação de Pacheco, Lula reforçou sua preferência por Messias. Aliados afirmam que o presidente disse ao senador que havia outro caminho para o STF, deixando claro que sua decisão já estava tomada e não seria revista, apesar do desconforto entre parlamentares.
Com mais de um mês de vacância, este já é um dos processos mais longos de escolha de ministro do STF sob Lula. A demora reforça a tendência recente do presidente, que também levou tempo para indicar Flávio Dino e Cristiano Zanin, ao contrário das indicações mais rápidas feitas em seus mandatos anteriores.
Clima de incerteza no Congresso Nacional
No Planalto, a avaliação é que a falta de acordo com Pacheco pode ampliar resistências e tornar a votação imprevisível. Ainda assim, Lula demonstra confiança na aprovação de Messias, enquanto o Senado observa o movimento com cautela e tensão crescente.
