Um incêndio de grandes proporções atingiu as instalações da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém, na tarde desta quinta-feira (20). O incidente ocorreu na chamada Zona Azul, área restrita onde se concentram os pavilhões de países e associações internacionais, próximo ao estande do Brasil.
As chamas tiveram início por volta das 14h, gerando uma densa nuvem de fumaça visível a distância e desencadeando a evacuação imediata de todas as áreas do evento, incluindo salas de conferência e a presidência. Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e conseguiram controlar o fogo, que já se encontra em fase de rescaldo.
Início do foco de incêndio
De acordo com informações preliminares, o fogo teria começado em um estande e atingido lonas e estruturas da East African Community. A tentativa inicial de conter as chamas com extintores por parte da organização não foi suficiente, exigindo a intervenção de viaturas especializadas. Embora não haja registro de vítimas fatais ou queimaduras graves, o serviço médico precisou atuar no local. Duas pessoas necessitaram de atendimento após inalarem fumaça, e ambulâncias foram vistas deixando o complexo logo após o controle da situação. A área permanece isolada para o trabalho da perícia e monitoramento de segurança.
Testemunhas presentes no momento do incidente descreveram um cenário de confusão durante a saída dos participantes. Marcelo Rocha, diretor-executivo do Instituto Ayika, relatou problemas com as rotas de fuga e a falta de chaves para abrir portões de segurança. “A gente não tinha um portão aberto para sair em caso de incêndio teve de pular portão. As pessoas estavam pulando o portão pra se abrigar por conta própria, porque nem militares nem bombeiros nem ninguém tinham chave ou algo para abrir o portão“, afirmou Rocha.
Histórico de alertas sobre infraestrutura e continuidade
O incidente ocorre em um contexto de preocupações prévias sobre a infraestrutura do evento. Na semana anterior, a ONU havia enviado uma carta ao governo brasileiro apontando falhas de segurança e problemas estruturais, como vazamentos de água e riscos elétricos em decorrência de chuvas fortes. O documento mencionava que a água penetrava pelo teto e luminárias, criando riscos de exposição elétrica. Ainda não há uma definição oficial sobre a retomada das atividades normais da conferência para esta sexta-feira, sendo que a decisão caberá aos representantes da ONU e à presidência da COP após avaliação técnica da segurança do local.
