A morte da criança de 7 anos enforcada pela madrasta em sexta-feira (21) deixou a família devastada e expôs um histórico de alertas ignorados. A mãe, Fabiana Marinho, contou que havia falado com a filha pela última vez na véspera do crime, quando a menina demonstrou mais uma vez o desejo de voltar para sua casa. Fabiana relata que não conseguiu buscá-la antes da tragédia, apesar das súplicas que vinha recebendo.
A Polícia Civil afirma que a madrasta, Iraci Bezerra dos Santos Cruz, de 43 anos, confessou o homicídio após se entregar. Segundo o depoimento, a suspeita afirmou ter agido movida por ciúmes, depois que a criança disse preferir morar com uma vizinha. Para os investigadores, o caso se enquadra como feminicídio com incidência da Lei Henry Borel, agravado por motivo fútil, emprego de meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.
Mãe desabafou sobre morte da filha
Fabiana conta que a filha vinha demonstrando desconforto com a casa onde vivia durante a semana, e que a convivência com a madrasta era marcada por medo e tensão. A mãe tentava reorganizar a rotina familiar para trazê-la de volta definitivamente. “Eu falei: ‘Amanhã, a mamãe vai te buscar’. E fui buscar minha filha morta”, lamentou.
A família afirma que não era a primeira vez que relatos preocupantes eram feitos pela menina. Parentes dizem que ela insistia que não queria mais permanecer com o pai e mencionava comportamentos agressivos dentro da casa. O pai, porém, declarou à polícia que a convivência entre as duas era “dentro da normalidade”, o que aumenta as dúvidas sobre a percepção de risco naquele ambiente.
Madrasta tinha mandado de prisão em aberto
Iraci, segundo a investigação, possuía ainda um mandado de prisão em aberto no Pará por um homicídio anterior, embora negue o crime. Após se apresentar, ela foi levada à carceragem da Polícia Civil, onde aguardará audiência de custódia. A pena pelo feminicídio da criança pode chegar a 40 anos de prisão.
