O ex-presidente Jair Bolsonaro permanece preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, após ter prisão preventiva mantida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista exclusiva à coluna da Amanda Klein, o advogado do antigo chefe do Executivo, Paulo Amador da Cunha Bueno, revelou que irá entrar com um novo recurso no processo de condenação, onde o ex-governante foi sentenciado a 27 anos e 3 meses de prisão, por tentativa de golpe de estado.
A defesa de Bolsonaro não apresentou recurso no embargo de declaração, cujo prazo venceu na noite deste segunda (24), mas deve se posicionar acerca dos embargos infringentes, que tem vencimento na próxima sexta-feira (28). Segundo ele, todas tentativas para comprovar a inocência do ex-presidente serão tomadas.
“No processo penal, eu luto até a última bala, da última batalha, da última guerra”, disse o advogado na entrevista à colunista do UOL. Ainda segundo Bueno, a defesa ainda analisa nos bastidores se irá ou não solicitar junto ao STF para que a prisão de Bolsonaro seja convertida novamente em domiciliar, regime que o ex-presidente se encontrava desde agosto, antes de ser preso no último final de semana.
Situação de futuro
A prisão preventiva de Jair Bolsonaro reflete diretamente na corrida presidencial. Resistente, a família do ex-chefe do Executivo se depara com um distanciamento de partidos da centro-direita, que pressionam para que Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, seja o candidato oposicionista à Lula no pleito do próximo ano. Havia uma expectativa de que um dos filhos do ex-presidente, Flávio, se colocasse na disputa, mas esta projeção tem se afastado da realidade.
Depoimentos divergentes
O caso de tentativa de violação da tornozeleira eletrônica fez com que Bolsonaro entrasse em contradição. Em um primeiro momento, o ex-presidente disse ter avariado o objeto de monitoramento por conta de um esbarrão na escada da residência. Em seguida, durante contato com a diretora-adjunta do CEIM, órgão responsável pela tornozeleira, ele admitiu ter tentado abrir a tampa do item com um ferro de solda, por curiosidade. Por fim, já na audiência de custódia, ele disse que a atitude foi tomada em meio a um quadro de alucinação, decorrente dos medicamentos que faz uso.
