Pai acusa erro médico e desabafa após morte do filho de 6 anos: ‘eu me ajoelhei do lado da cama, orando’

Benício deu entrada em hospital particular de Manaus e não resistiu após seis paradas cardíacas.

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A morte do menino Benício Xavier de Freitas, de 6 anos, após atendimento em um hospital particular de Manaus, gerou forte comoção e abriu investigação conduzida pela Polícia Civil. Segundo os pais, a criança recebeu doses intravenosas de adrenalina que não eram compatíveis com seu quadro clínico, inicialmente diagnosticado como tosse seca e possível laringite.

O caso ocorreu entre a noite de sábado (22) e a madrugada de domingo (23). De acordo com o pai, Bruno Freitas, a médica responsável prescreveu lavagem nasal, soro, xarope e três aplicações de adrenalina pela veia. A família relatou que questionou a técnica de enfermagem sobre o procedimento ao notar a prescrição, e ouviu que ela mesma nunca havia aplicado adrenalina por via intravenosa em crianças. Mesmo assim, a equipe seguiu o protocolo indicado no prontuário.

Pai orou para que filho sobrevivesse

Logo após a primeira dose, Benício apresentou piora súbita, empalideceu e relatou sensação de ardência no peito. O menino foi encaminhado imediatamente à sala vermelha, onde o quadro se agravou, levando à abertura de um leito de UTI. Ainda no sábado, a criança foi transferida e passou por intubação, momento em que sofreu as primeiras paradas cardíacas.

Segundo o pai, Benício enfrentou seis episódios de parada cardíaca ao longo da noite, com sucessivas tentativas de reanimação. Após a quarta parada, o pai contou que tomou uma atitude de fé. “Eu me ajoelhei do lado da cama, orando, apertando o pezinho dele, pedindo para ele voltar. Ele voltou”, afirmou. Apesar das manobras e de breves recuperações, o menino não resistiu e morreu às 2h55 do domingo.

Falhas no atendimento médico

Os pais afirmam que a médica reconheceu falhas, mencionando erro de sistema e erro de enfermagem, mas sustentam que a prescrição partiu da própria profissional. A família abriu boletim de ocorrência e pede justiça para que o caso não se repita. O Hospital Santa Júlia informou que abriu análise interna e se colocou à disposição das autoridades. A Polícia Civil segue investigando as circunstâncias da morte.