A morte de Ronald José Salvador Montenegro, de 55 anos, em uma academia de Olinda (PE), reacendeu o debate sobre impactos no tórax e seus riscos. O homem foi atingido por uma barra de supino durante o exercício, levantou-se por alguns segundos, caminhou e caiu em seguida.
O caso chamou atenção justamente pelo intervalo curto entre o impacto e o colapso, que surpreendeu até profissionais da saúde. Cardiologistas explicam que choques diretos no peito podem desencadear arritmias fatais mesmo sem fraturas aparentes. Esse fenômeno é conhecido como “commotio cordis”, quando um golpe atinge o coração durante a chamada onda T, fase específica do ciclo elétrico cardíaco
Cardiologista dá explicação
“O coração passa a bater de forma totalmente desordenada”, explicou a cardiologista Cristiane Zambolim, em entrevista ao site VivaBem, ao descrever a fibrilação ventricular causada pelo impacto. Segundo especialistas, pessoas acima de 50 anos têm risco maior devido às alterações naturais do organismo.
A caixa torácica torna-se menos flexível e vasos sanguíneos ficam mais suscetíveis a lesões internas. Mesmo que não haja marcas externas, o coração e os pulmões podem sofrer danos graves que levam à perda rápida de consciência e morte.
Possíveis causas da morte
Outro fator mencionado por médicos é o tamponamento cardíaco, quando sangue se acumula no pericárdio e impede que o coração se mova adequadamente. Esse quadro é considerado extremamente grave e pode evoluir em questão de segundos. Em alguns casos, fraturas de costelas também podem perfurar estruturas internas e causar pneumotórax ou hemotórax, agravando ainda mais a situação.
A capacidade de a pessoa andar ou falar nos primeiros segundos após o trauma se deve ao oxigênio residual no cérebro. Mesmo após a circulação ser interrompida, há energia suficiente para movimentos automáticos. O caso de Ronald reforça a importância de supervisão adequada durante exercícios com carga elevada e do atendimento imediato em qualquer impacto significativo no tórax.
