Um novo levantamento do Datafolha, divulgado neste sábado (06), indica que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceria uma eventual disputa de segundo turno contra o senador Flávio Bolsonaro nas eleições de 2026.
De acordo com os dados, o atual mandatário alcançaria 51% das intenções de voto, enquanto o parlamentar do PL ficaria com 36%. A pesquisa foi realizada entre terça e quinta-feira, ouvindo 2.002 eleitores em 113 municípios, com uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O estudo ocorreu pouco antes da confirmação oficial de Flávio como o nome escolhido para representar seu grupo político.
Além do cenário contra o senador, o instituto testou a viabilidade eleitoral de Lula contra outros nomes ligados à direita. Em uma simulação contra o deputado Eduardo Bolsonaro, o petista lidera com 52% contra 35%. Já em um embate com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o placar seria de 50% a 39%. As disputas mais acirradas ocorrem contra governadores: diante de Tarcísio de Freitas, de São Paulo, Lula aparece com 47% contra 42%, e contra Ratinho Jr., do Paraná, o resultado é de 47% a 41%.
Definição do candidato e cenário jurídico
A confirmação de que Flávio Bolsonaro será o candidato ao Palácio do Planalto ocorreu na sexta-feira, após indicação direta de seu pai, Jair Bolsonaro. O ex-presidente encontra-se atualmente cumprindo pena de mais de 27 anos em uma unidade da Polícia Federal em Brasília, condenado por participação em uma tentativa de golpe de Estado. Vale ressaltar que Jair Bolsonaro já havia sido declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral em 2023, embora sua defesa ainda tentasse reverter a decisão judicial para viabilizar uma candidatura própria.
Ao aceitar a indicação, o senador Flávio Bolsonaro emitiu um comunicado oficial sobre a responsabilidade assumida. “É com grande responsabilidade que confirmo a decisão da maior liderança política e moral do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, de me conferir a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação”, afirmou o parlamentar no texto divulgado. Ele encerrou a nota reiterando seu compromisso com a tarefa delegada pelo pai: “Eu me coloco diante de Deus e diante do Brasil para cumprir essa missão”.
Projeções anteriores e disputa interna
A escolha de Flávio como sucessor político contraria diversas projeções de analistas e do próprio mercado político, que apontavam para outros caminhos dentro do campo conservador. A expectativa girava em torno de uma disputa interna pela herança política entre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o filho Eduardo, ou ainda a busca de apoio a um nome fora do núcleo familiar, como o governador Tarcísio de Freitas, considerado um dos aliados mais fortes eleitoralmente. Os números do Datafolha, no entanto, mostram que o atual presidente mantém a liderança em todos os cenários testados até o momento.
