A investigação sobre a morte de Henay Rosa Gonçalves Amorim na rodovia MG-050, em Itaúna, no Centro-Oeste de Minas Gerais, tomou um novo rumo após as autoridades levantarem a suspeita de feminicídio em vez de um acidente de trânsito comum. O caso ocorreu na manhã do domingo (14), quando o veículo da vítima bateu de frente com um micro-ônibus, mas evidências recentes sugerem que a colisão foi provocada deliberadamente pelo companheiro dela, o empresário Alison de Araújo Mesquita, que já se encontra detido.
Registros de câmeras de segurança obtidos durante a apuração mostram o casal passando por uma praça de pedágio momentos antes da tragédia. Nas imagens, Henay aparece desacordada no assento do motorista, enquanto Alison, sentado ao lado, esticava-se para controlar o volante e realizar o pagamento da tarifa. Apesar de ter alegado à atendente que a companheira estava passando mal e de ter recusado ajuda médica imediata, o homem continuou o trajeto até que o carro invadisse a contramão no quilômetro 90, resultando no impacto fatal.
Indícios reforçam suspeita de feminicídio
As circunstâncias do ocorrido geraram desconfiança imediata, conforme relatado pelo delegado Flávio Destro, que mencionou o estranhamento da funcionária do pedágio ao ver a vítima inconsciente enquanto o passageiro controlava o carro. Mesmo diante do alerta sobre o estado de Henay, Alison recusou assistência e prosseguiu com o trajeto. Após a família ter acesso às gravações e acionar a Polícia Civil, a linha de investigação foi oficialmente alterada para feminicídio.
Alison foi detido na segunda-feira (15) durante o velório da companheira em Divinópolis–MG e, em depoimento, confessou ter agredido a mulher dentro do automóvel, embora sustente que ela ainda estava viva antes da batida. No entanto, análises periciais preliminares indicam um cenário mais grave.
Laudos e perícias
O médico-legista Rodolfo Ribeiro identificou ferimentos compatíveis com choques repetidos da cabeça contra as estruturas internas do carro, além de sinais de possível asfixia no pescoço. Atualmente, a Polícia Civil trabalha na coleta de provas adicionais, exames periciais e revisão de imagens para concluir a elucidação do crime.
