O presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou uma postura de firmeza absoluta nesta quinta-feira (18) ao comentar as novas revelações da Polícia Federal sobre um esquema de fraudes em aposentadorias do INSS. Durante um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, o presidente foi confrontado com perguntas sobre o possível envolvimento de seu filho, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, nas investigações.
Sem hesitar, o presidente afirmou que a lei deve valer para todos e que ninguém terá tratamento privilegiado. “Se tiver filho meu envolvido, será investigado”, garantiu Lula, reforçando que as instituições possuem total autonomia para punir qualquer um que tenha participado de desvios ilegais.
Polícia Federal investiga esquema de lavagem de dinheiro desviado de aposentados
A fala presidencial ocorreu simultaneamente ao avanço da Operação Sem Desconto, que teve o sigilo retirado pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal. Os documentos revelados pela Polícia Federal detalham uma rede complexa de corrupção operada por Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS.
Segundo as investigações, foram identificados repasses financeiros que somam 1,5 milhão de reais, divididos em cinco parcelas de 300 mil, enviados de uma empresa de consultoria de Antônio para a empresa de Roberta Moreira Luchsinger. O volume desses repasses e a natureza dos serviços prestados levantaram suspeitas imediatas sobre a lavagem de dinheiro desviado dos aposentados.
Entenda a fraude no INSS
O ponto que mais gerou desgaste político para o governo foi uma mensagem interceptada entre os sócios do esquema, na qual Antônio afirma que um dos pagamentos milionários seria destinado ao “filho do rapaz”. Embora o documento oficial do STF não aponte explicitamente o nome de Lulinha, a expressão é vista pelos investigadores como uma referência cifrada ao filho do presidente.
Além das transações suspeitas, a investigação trouxe à tona diálogos que indicam uma tentativa desesperada de obstrução de justiça por parte dos envolvidos. Roberta Luchsinger foi flagrada em conversas orientando o Careca do INSS a se desfazer de telefones celulares e outros dispositivos eletrônicos após saber que envelopes com nomes de aliados haviam sido apreendidos em fases anteriores da operação.
