Ator que lutou pelos direitos dos artistas morre em decorrência de complicações causadas por uma pneumonia

O artista de 71 anos morava na capital paulista e trabalhou com grandes nomes do cenário cultural brasileiro.

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O ator mineiro Javert Monteiro faleceu aos 71 anos na última quinta-feira (18), na cidade de São Paulo. O artista enfrentava complicações causadas pelo diabetes e foi diagnosticado com uma pneumonia que evoluiu para infecção generalizada.

Natural de Itanhandu, Javert era graduado em ciências sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais e iniciou sua trajetória teatral em 1974. Ele participou de montagens icônicas como Os Pequenos Burgueses e Calabar, destacando-se pela defesa ativa da categoria artística.

O profissional residia na capital paulista desde 1986, onde consolidou sua carreira em espetáculos dirigidos por nomes como Gabriel Vilela e Marília Pêra. Monteiro integrou o elenco de peças fundamentais da dramaturgia brasileira, incluindo A Falecida e Os Sete Gatinhos.

Atuação sindical e profissionalização

Javert foi um dos fundadores e presidente da Apatedemg, associação que buscava garantir os direitos dos profissionais do espetáculo em Minas Gerais. Sua liderança foi fundamental para a posterior criação do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões de Minas Gerais (Sated-MG).

O Sated-MG emitiu uma nota oficial lamentando a perda e reforçando a importância do ator para a estruturação da classe no estado. Colegas de profissão destacaram que o surgimento do sindicato foi um reflexo direto do trabalho associativo iniciado por ele.

Reconhecimento da classe artística

O Grupo Galpão manifestou luto pela notícia, lembrando a trajetória inovadora e a empatia demonstrada pelo ator ao longo das décadas. Mesmo com a saúde debilitada, o artista manteve-se presente na cena cultural até seus últimos dias de vida. Javert Monteiro deixa um histórico de contribuição política e artística para o cenário teatral de Minas Gerais e de São Paulo.

O velório do ator Javert Monteiro será realizado nesta sexta-feira (19), no Cemitério do Araçá, localizado na região central de São Paulo. A cerimônia está prevista para começar no período da tarde, permitindo que amigos e familiares prestem suas últimas homenagens. O sepultamento deve ocorrer no final do dia ou na manhã de sábado, conforme a logística da família para o translado ou liberação.